terça-feira, 8 de setembro de 2015

Crise política leva coadjuvantes ao segundo turno na Guatemala

A renúncia e posterior detenção preventiva do ex-presidente Otto Pérez Molina, na semana passada, somente o começo do terremoto político vivido na Guatemala. O primeiro turno das eleições presidenciais, neste domingo, trouxeram novas e inesperadas emoções.
Sandra Torres, após votar neste domingo. (foto: AFP)
Sandra Torres chegou ao segundo turno com uma vantagem de apenas dois mil votos. (foto: AFP)
A principal delas é que o milionário Manuel Baldizón, que liderou todas as pesquisas durante a campanha, chegando a ser cotado para uma possível vitória em turno único, terminou em terceiro, e ficou de fora da votação decisiva. O resultado é irônico, já que o partido de Baldizón – o Lider, de centro-direita liberal –, conseguiu o maior número de vagas no Congresso, mas isso não se traduziu em votos para a candidatura presidencial.
O segundo turno será disputado entre o conservador Jimmy Morales e a progressista Sandra Torres. Morales é um apresentador de televisão que adotou o discurso da ordem e da luta contra a corrupção – o mesmo que foi usado há quatro anos por Pérez Molina, hoje preso por seu envolvimento em casos de corrupção, apesar de não serem do mesmo partido, o que permitiu a ele usar essa estratégia e ao mesmo tempo ser crítico ao ex-presidente. Seu partido é a FCN – Frente de Convergência Nacional, com uma postura um pouco menos extremista que o Partido Patriota de Pérez Molina, mas também de caráter assumidamente nacionalista.
Já Sandra Torres representa a UNE – União Nacional das Esperanças, de centro-esquerda –, é socióloga e foi casada com o ex-presidente Álvaro Colom, antecessor de Pérez Molina.
Jimmy Morales venceu o primeiro turno, e larga como favorito para o segundo. (foto: AFP)
Jimmy Morales venceu o primeiro turno, e larga como favorito para o segundo. (foto: AFP)
As pesquisas publicadas antes do pleito apontavam a uma vitória de Baldizón no primeiro turno. Mesmo as que mostravam uma queda nas intenções de voto do candidato durante a última semana, quando o chamadoCaso de la Línea começou a envolver o presidente, ainda previam que ele era figura certa para este segundo turno, e que Morales e Torres disputariam a segunda vaga.
Jimmy Morales foi a grande surpresa da votação, conseguindo os quase 24% que as últimas pesquisas prognosticavam para Baldizón, e ficando com o primeiro lugar.
O segundo posto foi disputado voto a voto por Baldizón e Torres, até que a progressista conseguiu se impor por 19,7% contra 19,5% – uma vantagem de pouco mais de dois mil votos. O resultado definitivo só foi confirmado após a contagem da última urna, já nas primeiras horas desta terça-feira (8/9).
O segundo turno das eleições, entre Jimmy Morales e Sandra Torres, será realizado no dia 25 de outubro. Morales desponta inicialmente como favorito, embora a diferença entre os dois no primeiro turno tenha sido de pouco mais de 5%. Sua principal vantagem é que a maioria das candidaturas que ficaram pelo caminho são de direita e, especialmente a de Baldizón, ideologicamente mais próximas dele que da candidata progressista.
Fonte:http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/crise-politica-leva-coadjuvantes-ao-segundo-turno-na-guatemala/? htm_content=buffer50066&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

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