quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Herança maldita do governo

*Por Cristovam Buarque
Em recente discurso no Senado, apontei alguns aspectos da herança maldita que a presidente receberá de si própria. É um cenário que beira a recessão, que beira a crise econômica.
Quando a educação está péssima, o país continua funcionando. Com a saúde indo mal, o país também continua funcionando, mas quando a economia vai mal é o conjunto da sociedade que entra em crise. E a nossa economia não está bem.
Apontei que a inflação tem corroído o salário dos trabalhadores e que o atual panorama põe em risco o único indicador positivo que é a taxa de desemprego, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre, ficou em 6,8%.
Outro ponto frágil da herança é a estimativa de crescimento de 0,24% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme apontam economistas, representando, na prática, o empobrecimento de todos os brasileiros.
Além de listar os problemas pelos quais o país passa do ponto de vista econômico e de crescimento, apontei um futuro meio nebuloso. É que uma alternância no poder seria benéfica, pois permitiria que o novo governante tomasse as medidas necessárias para garantir uma mudança de rumos na economia.
Mas não houve empolgação. Muitos dos que votaram no PT votaram porque não queriam a volta do PSDB.
Da mesma forma, muitos que votaram em Aécio Neves não queriam a continuação do PT. É um quadro político que não empolga e demonstra uma profunda desconfiança dos eleitores com relação aos partidos e políticos.
*Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF

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