segunda-feira, 19 de maio de 2014

Povo asseado: Vou varrendo, vou varrendo...

Cidade limpa começa pela porta da casa e moradores dão exemplo de cidadania, limpeza e boa vizinhança.

Na sua viagem ao Japão, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff expôs sua admiração com a limpeza daquele País e principalmente com a postura de quem, voluntariamente, recolhe do chão a sujeira. Mas aqui na Pátria Amada e em nossa terrinha vermelha, também temos bons exemplos de cidadania, de pessoas educadas e que zelam pela casa onde moram, pela calçada, praça do bairro e amam a cidade onde vivem e por isso cuidam. 
Em diferentes pontos da cidade, flagramos donas de casa, diaristas e até comerciantes limpando a própria fachada e além dela, no maior bom humor, e em dia com a limpeza de onde vivem. Sem se gabar do feito, os asseados de plantão consideram que cada um deveria fazer a sua parte, a começar da pela própria porta. 

Moradora do Conjunto do Café, zona leste de Londrina, Maria da Silva Lisse, 63 anos, diz que começa de dentro para fora e emenda a limpeza. "Quando vejo já tô lá na praça recolhendo folha, mato e a sujeira que o vento traz." Voluntária no Lar das Vovozinhas, dona Maria diz que prefere varrer a calçada na parte da manhã. "De tarde o sol esquenta", justifica. Acostumada a morar em casa desde a infância, ela conta que trouxe o hábito da época em que morava no sítio."Naquela época uma pessoa olhava para outra e dizia: vamos limpar o ‘terreiro’?", recorda. "E o convite era prontamente aceito", complementa. 

A disposição de longa data orgulha a moradora que tem uma praça em frente a sua casa. "Aqui é como se fosse o meu quintal, cuido bem, arranco as pragas e a grama daqui foi comprada pelos moradores para deixar tudo bonito." Dona Maria mora em uma casa de esquina e admite que nem todos os moradores colaboram. "Mas insisto, pego minha companheira – a vassoura - até porque tem muita folha de árvore e precisa pegar os galhos e deixar tudo limpinho. Não suporto sujeira". 

Amiga para o que der e vier, dona Laíde Lisboa, 62 anos, outra moradora da rua Antonio Ostrenski, também tem sua companheira para enfrentar a sujeira que tenta invadir a garagem. Munida de uma legítima vassoura de fibras naturais, antes de ir para o trabalho, onde é zeladora, ela encara a sujeira. Papel de bala, bituca de cigarro, folhas, nada passa despercebido. As vassouradas certeiras mudam o cenário em torno da casa e deixam a moradora feliz. "Se a porta da casa não tá limpa, a casa também não pode estar. (Walkiria Vieira/ NOSSODIA)

No chão, papel, pedra, sacolinha, cigarro, coco de cachorro...
No jardim Paraty, zona Norte de Londrina, o comerciante Sérgio Bispo dos Santos, 40 anos, faz questão de manter não só a fachado do estabelecimento em ordem, como o entorno. Ligeirinho, ele se reveza com o funcionário e deixa a pá cheia de sujeira. Papel de bala, embalagens plásticas e folhas vão para o lixo. O comerciante acredita que o hábito de não jogar lixo no chão deva ser reforçada em casa e na escola. "Eu canso de ver o pai abrir o sorvete pro filho e jogar o papel no chão. Isso é um péssimo exemplo", diz.
No jardim Vista Bela, também na zona Norte de Londrina, a auxiliar de produção Alessandra Pereira Júlio, 38 anos, dá bom exemplo. Com a calçada toda cimentada, toda tarde vai para a porta de casa e faz uma boa limpeza. "Detesto sujeira e preferi tirar a lixeira da calçada porque os gatos e cachorros faziam a maior sujeira. Agora deixo para colocar o lixo bem na hora que o pessoal tá passando com o caminhão", conta. "São só 10 minutos, não custa nada e como aqui não tem árvore, é mais cocô de cachorro, mesmo." 

A manicure Juraci de Oliveira, 60 anos, moradora do Centro de Londrina faz coro ao discurso dos londrinenses em dia com a limpeza. "Cada um tem que ter cuidado com o quintal. Para mim, a porta de casa é um cartão de visitas e às 6 horas da manhã eu já tô na frente de casa varrendo tudo, diz. Eu moro em casa de aluguel, sonho em ter a casa própria, mas nem por isso vou deixar o teto cair", acrescenta. 

A diarista Vera Lúcia Santos Fraga, 39 anos, trabalha no jardim Novo Aeroporto. Uma vez por semana, para abaixar a poeira, Vera lava a calçada. "Nos outros dias, varro e recolhe. O ritual de limpeza se estende à própria casa, no jardim Cecília, zona Norte de Londrina. "Todo mundo cuida da calçada e quem não limpa fica com fama de porco", entrega. "Fachada limpa já dá um ar bem melhor", pensa. (W.V.)

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