sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O DISCURSO REPETITIVO DE JABES RIBEIRO

Postado por Blog do Gusmão 
Ta na hora de enriquecer o discurso.

Por Emílio Gusmão

Já escrevi neste espaço, o importante nessas eleições é livrar Ilhéus das influências de Newton Lima e Jorge Bahia (e da candidata que os representa).

Entretanto, o discurso de Jabes Ribeiro irrita este mal humorado editor, devido às constantes repetições.

Quando é perguntado sobre projetos de governo nas áreas sociais, Jabes insiste em olhar pelo retrovisor. Cita programas de sua autoria realizados no passado. Nâo consegue inovar, não olha para a frente, uma vez que lhe faltam ideias.

Na educação, queremos soluções. Necessitamos de programas que reestruturem as escolas, com merenda escolar de qualidade (constante) e transporte digno aos estudantes da zona rural (chega das latas velhas de “Sarney”). Cansei da apologia sobre o programa Escola Campeã, do Instituto Ayrton Senna.

Como Jabes pretende recuperar a rede de atendimento do SUS municipal? O próximo governo vai sucumbir à sanha dos vereadores, ao fisiologismo que inchou a folha de pagamento da secretaria de saúde?

Falta o básico nos postos e os funcionários estão desmotivados, pois além dos salários baixos, não há estímulo para o crescimento profissional. Falta um plano de carreira.

Na saúde, Jabes cometeu erros. Seu governo dava mais atenção aos hospitais (medicina curativa). Os postos funcionavam, distribuíam medicamentos, mas a cidade tinha poucas unidades com o Programa de Saúde da Família.

Quais os planos de Jabes para a área? Lembrar de um selo por bons serviços prestados em odontologia não é suficiente.

Jabes fala do aeroporto internacional, crê piamente na construção.

Recentemente, o governo federal abriu concessões para que empresas privadas administrem os principais aeroportos e promovam as adequações para a copa do mundo de 2014. Não há previsão de investimento público neste setor. O novo aeroporto de Ilhéus é um sonho a longuíssimo prazo, sem local definido.

Vale a pena ler sobre a nova pista de Natal, em São Gonçalo do Amarante. Desde 1997, o governo federal empurra a obra, a passos de cágado. Por que em Ilhéus será diferente?

Jabes também pega carona no discurso do Porto Sul. Mais uma vítima da máquina de propaganda.

No mundo real, o TCU manteve a paralisação das obras da FIOL e a Bamin está perdida diante de tantos erros técnicos. No mercado internacional, o preço da tonelada do minério de ferro despenca. A economia mudou.

Não seria o interesse da Bamin meramente especulativo? Conseguir a licença para “passar” o projeto adiante?

O certo é o seguinte: o Porto Sul é uma incerteza, ilusório. Oferecer um plano de governo, baseado em peças de propaganda, não é convincente. Precisamos de saídas rápidas. Nossas vocações naturais estão aí (cacau cabruca, chocolate e turismo), aguardando planejamento e vontade política.

Jabes Ribeiro tem interesse público. Projetos exitosos como Viva o Morro, Transporte Cidadão, Passarela do São Miguel e o Teatro Municipal provam isso, mas não bastam.

A “política” de fato pode renascer em Ilhéus a partir de um novo governo de JR, entretanto, caso cometa os mesmos equívocos, os grupos da “pequena política” podem se reagrupar com força total.

Mudar o discurso, a partir do bom senso, é o que proponho ao candidato favorito à vitória. Precisamos de planos exequíveis. 

O obscurantismo da era Valderico/Newton nasceu dos fracassos de Jabes. Não custa nada prevenir, para evitar uma lamentável repetição.

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