sexta-feira, 29 de julho de 2011

Socialista aposta no Esporte para reduzir índices de evasão escolar

Agencia do PSB
Claudio Frascari   

 
O mesmo Brasil que sediará a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016, e almeja sair campeão do primeiro evento e obter muitas medalhas no segundo, já está perdendo o jogo pela qualidade na educação. É o que aponta estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Segundo o relatório Educação para Todos, os índices de repetência e evasão escolar são os mais elevados da América Latina. 
 
Diante deste cenário, o Brasil ocupa a 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Educacional, entre 128 países. Até nações mais pobres como Paraguai, Bolívia e Equador aparecem mais bem colocadas.
 
Para tentar corrigir os rumos seguidos até agora e evitar o abandono da escola justificado pela prática esportiva, o deputado gaúcho José Stédile (PSB) apresentou o Projeto de Lei 1702/11, que altera a Lei Pelé para unir, definitivamente, o esporte e a educação em benefício da cidadania. A proposta obriga atletas com menos de 18 anos, que não tenham concluído o ensino médio e que sejam vinculados a entidades esportivas profissionais ou formadoras de talentos, a estarem matriculados em instituição de ensino, pública ou particular.
 
Apesar de o modelo ser praticado em diversos países desenvolvidos, o socialista diz que a inspiração veio de um exemplo bem sucedido praticado no Rio Grande do Sul. “O deputado estadual Catarina, também do PSB, observou que muitos alunos estavam deixando de estudar para arriscar em uma carreira esportiva. Porém, poucos conseguem ter sucesso no esporte e precisam ter a educação como garantia”, disse.
 
Outra novidade sugerida por Stédile é envolver os Ministérios da Educação e do Esporte no acompanhamento e fiscalização do desempenho dos estudantes. De acordo com o projeto, as entidades esportivas terão de apresentar comprovante de matrícula, frequência e aprovação escolar dos alunos-atletas inscritos e encaminhar toda a documentação aos ministérios.
 
Se os documentos não forem entregues no prazo estipulado, o vínculo do esportista com o clube ou escolinha de que participa poderá ser anulado, bem como qualquer contrato de trabalho celebrado entre as partes.
 
Bolsa-Atleta - Caso seja aprovado, o projeto também atingirá os beneficiários de todas as categorias do Bolsa-Atleta. Para conseguir aderir ao programa federal jovens com menos de 18 anos que não tiverem concluído o ensino médio também terão de estar matriculados na escola. Hoje, esta exigência alcança apenas os contemplados com a Bolsa Estudantil.
 
 
Análise da notícia
 
Apesar de ter conquistado o direito de sediar a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos 2016, o Brasil continua na lanterna dos mais recentes índices mundiais divulgados sobre educação e esporte. A constatação pouco animadora é baseada no comparativo entre o último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) e o desempenho dos brasileiros nas Olimpíadas da China (2008).
 
O levantamento educacional (2009) mostra que, dentre os 65 países analisados, o Brasil ocupa a 53ª posição. No esporte, o país também foi reprovado. No quadro de medalhas dos Jogos de Pequim alcançou apenas a 23ª colocação, bem atrás do Quênia, Jamaica e Etiópia, nações que vivem problemas sociais mais sérios.
 
A lição para corrigir os rumos foi dada pela China, que lidera os dois rankings citados acima, e tem atraído a atenção do mundo nos últimos anos. Os orientais ensinam, através de números, que o caminho para evoluir no esporte e na educação é, simplesmente, uni-los. Com essa fórmula, formaram, na mesma medida, campeões olímpicos e vencedores do Prêmio Nobel.
 
Tudo começa na escola. Basta vontade política e planejamento para engatar o Brasil no ritmo do desenvolvimento mundial. Também é essencial a elaboração de uma política pública de Estado que contemple a educação e a prática esportiva. E o projeto de lei apresentado pelo deputado José Stédile pode ser o primeiro passo.
 
Afonso Morais/ Repórter

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