terça-feira, 21 de junho de 2011

Romário apadrinha projeto que levará jovens carentes para mundial na França

Agencia PSB de Noticias
   
Romário agracia os competidores.

Para Lucas Vieira, 17 anos, morador de uma comunidade de São Paulo, o sonho de jogar em Paris e conhecer a Cidade Luz vem antes mesmo do desejo de ser campeão da Homeless World Cup - um torneio de futebol que reúne jovens carentes do mundo inteiro. Neste fim de semana, a equipe do jovem disputou em Brasília a final da etapa Brasil do campeonato.

Essa possibilidade de viajar para fora do país foi, justamente, a motivação que faltava para Lucas se afastar da dependência química. “Antes eu ia jogar doidão nos campinhos lá perto de casa. Aí eu comecei a treinar para o campeonato e fiquei mais ‘objetivado’”, contou, arrancando risos dos colegas de sua equipe, a Estrela Nova (SP), que se sagrou campeã da etapa Brasil.

O futebol social começou 2003 na Aústria e este ano ganhou um padrinho de peso: o tetracampeão mundial, Romário. O ex-jogador, agora deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro, ficou entusiasmado com a iniciativa, que cria oportunidades para milhares de jovens carentes do mundo inteiro.

Para ele, a chance de ir além das limitações econômicas, de ser tratado com respeito e dignidade são alguns dos atrativos do projeto. “Pergunta para qualquer um deles se querem trocar a vida difícil que eles têm pelo que eles passaram aqui. Isso é uma questão de cidadania, fiquei sabendo aqui que 95% dessa garotada nunca havia viajado de avião”, disse. “Eu também passei por isso”, revelou mais adiante para os jovens. Antes de se tornar um craque da bola, Romário teve uma vida cheia de limitações na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

Além do lado social, o projeto tem a importante característica de criar oportunidades para quem deseja se profissionalizar no esporte. Como fez com o carioca Wallace Augusto, mais conhecido como Batata. Morador do Complexo do Alemão, o jovem de 20 anos já tinha desistido do futebol, trabalhava nas obras PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de urbanização da favela onde mora. “Pensava que não teria mais jeito de ser jogador, mas aquele lá de cima me deu essa nova chance”, comemorou. Batata vem de uma família de cinco irmãos, um deles foi assinado depois de se envolver o tráfico.

De aproximadamente 200 jovens que participam do projeto, 20 serão escolhidos para participar do mundial. Além de bons de bola, os meninos e meninas precisam comprovar que são de baixa renda. “Escolhemos os que têm piores condições de moradia. Nosso objetivo não é formar atletas profissionais, mas líderes comunitários”, explica Pupo Fernandes, vice-presidente da ONG Futebol Social.

O Brasil é o atual campeão do campeonato nas duas categorias, o título foi conquistado ano passado em Copacabana. A final na França acontece do dia 22 a 29 de agosto e vai reunir equipes de 64 países. Serão 48 seleções masculinas e 16 femininas. O mundial já passou pela Aústria, Suécia, Escócia, Cidade do Cabo, Dinamarca, Austrália, Melbourne e Milão. Em 2012, México sedia o mundial.
Letícia Alcântara/ Repórter

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